sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ANO NOVO VELHAS MUDANÇAS

Aproveitando a data e comemorando mais um ano que começa, é interessante observar como certas coisas acontecem nos tempos atuais. Astros do esporte e da música surgem de repente. Sucesso, fama fácil e a adoração insana dos fãs de momento são coisas que podem parecer intermináveis. Mas poder e glória quando atingidos sem consistência ou qualidade, promovidos apenas por efêmeros modismos passageiros, são pura fantasia que não se sustentam por muito tempo. E poucos são capazes de entender a nossa efêmera existência nesse mundo e de compreender a velocidade com que as coisas mudam nesses nervosos tempos modernos.

Para quem não percebe que os grandes sucessos de hoje são passageiros e que logo serão substituídos por outros, é interessante lembrar que até mesmo o nosso calendário, chamado de gregoriano, por ter sido organizado pelo Papa Gregório 13, em 1582, foi mudado pela arrogância daqueles que pretendiam garantir a imortalidade.

Até o Século 8º a.C., o ano do mundo romano tinha apenas 10 meses. Iniciava em 1º de março (martius) seguido de “aprilis, maius, iunius”. A partir daí eram utilizados numerais para denominar os meses seguintes. “Quinctilis, sextilis, september, october, november e december”. No século seguinte, para acertar a fixação da contagem com o tempo de duração da volta da Terra, o imperador Numa Pompilio introduziu mais 2 meses, “ianuarius e februarius”, que ficaram para o final e assim o último mês foi ajustado para 28 dias para acertar o número geral de dias do ano. Foi só 6 séculos depois, no Século 1º a.C., que Julio César fez uma nova reordenação, passando os 2 últimos meses para o início e mantendo 12 meses. Por isso fevereiro é o segundo mês e tem 28 dias e muitos não entendem porque o mês sete/mbro é numerado por 9 e dez/embro por 12, por exemplo.

No entanto Julio Cesar, nascido no mês “quinctilis” foi assassinado e Marco Antônio que o sucedeu decidiu homenageá-lo e trocou o nome do antigo 5º mês para “Julius”, mantendo os seus 31 dias. Mas depois de guerras, intrigas, traições e mortes que ocorriam naquela época, assumiu o poder Otávio, que recebeu do senado o título de Augustus. O novo imperador entendeu que alguém como ele não podia ficar atrás de Julio César e assim determinou que o mês “Sextilis”, fosse mudado para “Augustus”, criando o nosso atual agosto. Mas não ficou só nisso. “Sextilis” tinha 30 dias e sucedia a Julius, grande nos seus 31 dias. Ele não podia ficar atrás, assim simplesmente determinou que “augustus” também tivesse 31 dias para que o “seu” mês não ficasse inferiorizado. E hoje quase ninguém mais liga agosto a “Augustus” e menos ainda, percebe que julho e agosto são os 2 únicos meses consecutivos que tem o mesmo número de dias

Mais um ano termina e outro começa. Muitas coisas imprevisíveis vão acontecer e muitos novos sucessos vão aparecer. Mas é bom lembrar: “Sic transit gloria mundi”, ou “Assim passa a glória do mundo”. Até o calendário foi mudado pelos que vieram depois. A diferença é que naquela época as mudanças demoravam séculos. Hoje demoram minutos.


Texto: Joaquim Terra
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

PROTESTOS VAZIOS.

Disse Diogo Mainardi certa vez que os seus melhores textos são sobre assuntos que ele não entende. Talvez seja isso que eu estou fazendo agora, mas não pude deixar passar a oportunidade.

Depois que aderi às tais redes sociais, tenho percebido um volume considerável de mensagens, além de receber vários e.mails, repassando textos e matérias contra a construção da usina de Belo Monte, sempre com fundo ambientalista e preservacionista. Uma causa louvável. Não sou especialista em usinas hidrelétricas nem em meio ambiente, mas as pessoas que me repassam esses textos também não são. Assim comecei a prestar mais atenção às mensagens e notei que todos os conhecidos que me enviaram coisas assim são urbanos, nunca tiveram contato com a natureza, com as florestas ou com os povos indígenas ameaçados e usam o computador para se manifestar baseados em notícias vistas na televisão. Como computador e televisão dependem de eletricidade e energia elétrica depende de usinas, comecei a achar meio estranho essa gente ser contra isso. Mas enfim, como hoje em dia ser contra alguma coisa que interfira na natureza é um modismo politicamente correto, o assunto acaba recebendo o apoio estridente de muitas pessoas não fazem a mínima idéia do que estão falando.

Mas algumas dessas as pessoas começam a incomodar. Em um desses sábados, depois das minhas saudáveis pedaladas de final de tarde, parei no Postinho do Parque, point descolado daqui de Campo Grande, para tomar um refrigerante. Encontrei um conhecido em uma mesa acompanhado de algumas pessoas que eu não conhecia. O assunto em pauta era Belo Monte. Tudo o que eu queria naquele sábado à tarde era um passeio tranqüilo e algumas horas de lazer, mas um dos que estavam ali, mais exaltado, fazia críticas ferozes à construção da usina. Bradava contra destruição da floresta, dos animais, dos peixes, dos índios, vez ou outra voltava a sua ira contra as grandes empreiteiras, o governo, os políticos corruptos, já que criticar empreiteiras, governo e políticos corruptos, por aqui é tão original quanto um concursso de miss, e assim continuava a denunciar a colossal destruição que a usina iria provocar, em troca de nada, segundo ele.

Enquanto eu tomava a minha coca zero calmamente, como ensinou Caetano, perguntei a ele em qual rio a usina seria construída e onde seria perpetrado tamanho crime ambiental. Ele titubeou e disse que era na Amazônia. Sim, mas a Amazônia é enorme. Em qual rio? Ele não sabia. Continuei. Em qual estado? Ele também não sabia. Resolvi não perguntar em qual município ou a localização exata no rio onde a usina seria construída, uma vez que as respostas anteriores denunciavam que ele não saberia também. Mas como ele falava em destruição ambiental, perguntei qual o tamanho da área que seria alagada. Ele não tinha idéia, mas garantiu que os povos indígenas da região perderiam as suas terras. E quais povos indígenas? Qual etnia? Qual o tamanho da área indígena? Quantos vivem lá? Ele também não sabia. Mas então deveria saber por que a usina não ia servir para nada. Então perguntei qual o volume de energia que seria gerado. Pela sua cara ele não sabia do que eu estava falando. Qual empreiteira vai construir a usina? Hã! Quanto vai custar? Quantas pessoas vão trabalhar na obra? Então em uma audaciosa manobra e talvez a mais inteligente e sensata que ele pode pensar, preferiu pedir mais uma cervejinha e ir ao banheiro enquanto alguns presentes caiam na risada.

Como eu disse, não entendo de usinas hidrelétricas e nem de meio ambiente, mas não faço proselitismo de assuntos que eu não domino. Muita gente que anda divulgando mensagens sobre assuntos sobre os quais não tem o mínimo conhecimento poderia passar a fazer isso também e parar de encher a minha caixa de entrada com bobagens desse tipo.


Texto: Joaquim Terra
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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

LÁ VEM O BBB…..OUTRA VEZ!

Já comprei alguns livros, alguns CDs e prometi a mim mesmo que não falaria mal do Reality Show Global, Big Brother Brasil, já que pra mim não passa de uma patacoada de primeira, onde se cofinam pessoas de gostos e cultura duvidosas, espalhando e proferindo filosofias de lojas de R$1,99, achando que isso é a última coca-cola do deserto. Quando fazem o que existe de pior no ser humano, se justificam, “Eu estou apenas jogando”, tudo isso com uma apresentação afetada do apresentador que tenta de todas as maneiras colocar em seus monólogos tristes como uma quarta-feira de cinzas, poemas e citações de autores consagrados, como se alguém na casa ou quem assiste estaria interessada nisso, pra piorar, teremos as “atrações musicais” de praxe e não sabemos que irá detonar os ouvidos, já que a coisa como diria Chico “tá preta”. Mas a minha eterna pergunta é, o que é que o BBBrasil tem de tão legal? Me expliquem como se eu tivesse 5 anos, Ahhhhhhhhh é a audiência, mas que graça tem em se ver uma gostosa, fazendo ginástica, um marombado falando de saúde? Uma turma que faz macarrão com salsicha, conversando sobre fofocas que deixariam Nelson Rubens constrangido. Até as capas da Playboy que antes traziam a expectativa da homarada em ver algumas de nossa deusas, perderam a graça, capa de Playboy agora é o “docinho do BBB”, “moranguinho do BBB”. E como se não bastasse toda essa merda, ex – BBBs , como se isso fosse ofício, começaram a enveredar pelas searas da dramaturgia. Puta que o pariu, não sou o cara mais esperto nem da minha rua, mas essa porra tem um cheiro de enganação encharcada de apatia, onde todos gostam, assistem e defendem o programa de alienígenas sociais como eu.

Pra mim o BBB e uma latinha cheia de absolutamente nada, tem o mesmo conteúdo intelectual de uma samambaia de plástico, com a diferença de que a latinha já deve ter servido para alguma coisa.

Que venha o BBB, e a sua exaltação à mediocridade.

domingo, 25 de dezembro de 2011

MEDIOCRIDADE GERAL

Dias atrás assisti ao Roda Viva da TV Cultura com José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni que, para quem não sabe, foi o todo poderoso diretor de programação da Globo por mais de 30 anos. Durante esse tempo ele concentrou em suas mãos um enorme poder sobre o que as pessoas viam e pensavam. Sob a sua direção os noticiários da Globo elegeram ou destruíram carreiras políticas e foram os principais formadores de opinião da maioria da população brasileira na época. Também foi o responsável pela programação e escalação de shows, novelas e mini séries e tinha poder de vida ou morte sobre a carreira dos principais autores, atores e diretores da TV brasileira. Na sua época foi criado o famoso “padrão Globo de qualidade”. Foi temido, bajulado, respeitado, adorado e odiado, mas sem dúvida trata-se de alguém que entende profundamente de programação de televisão. Pois bem, perguntado sobre o que acha do baixo nível do que é mostrado na TV nos dias de hoje, principalmente sobre as músicas, ele foi direto:

- Hoje só tem lixo musical fazendo sucesso na TV porque hoje a TV mostra só o que o povo quer. Não contribui mais para melhorar o nível cultural. Só interessa a audiência. A cultura ficou de lado. Antes a TV trabalhava um degrau acima da cultura geral. Era missão da TV contribuir para melhorar o nível cultural da população. Tínhamos shows de qualidade e os famosos festivais da canção, quando músicos como Milton Nascimento, Gil, Caetano e Chico Buarque, só para ficar nos mais conhecidos, lançavam músicas que imediatamente caíam no gosto da população, de todas as classes. A TV fazia isso. Hoje, com a ascensão das chamadas Classes D e C, a TV sucumbiu ao mau gosto geral. Enquanto quem melhora de situação financeira pode consumir mais e comprar um eletrodoméstico ou um carro melhor, culturalmente ele ainda não consegue melhorar os seus hábitos de consumo. O povo consome produtos bons porque a TV mostra produtos bons e consome música ruim porque a TV mostra música ruim. Isso demora pelo menos uma geração para mudar. E a TV não pode esperar. E tome música de péssima qualidade.

Comentário - Isso explica porque temos tantos bondes do tigrão, balança bundinhas, mãozinhas prá cima, meteoros e “ais-se-te-pegos” fazendo sucesso. É o fundo do poço musical ajudado pela facilidade de divulgação da TV atual. Lamentavelmente não adianta nos iludirmos. Baseado nos dados do IBGE de 2010, que identificaram que para 62,3% da população brasileira geral e para 91,8% da população que subiu de classe de consumo nos últimos 15 anos, lazer de final de semana significa fazer churrasco, beber cerveja e ouvir música sertaneja, isso vai demorar muito para melhorar. Se um dia melhorar.

Texto: Joaquim Terra

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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL

Sejamos inteligentes, o que é o Natal? Será a festa do bom velhinho, onde ganhamos presentes, e temos que hipocritamente abraçar nossos mais xaropes parentes.

Bom o Natal é comemorado no dia 25 de dezembro porque seria a data em que Jesus nasceu, certo? Certo! Porém o que não se sabe que o nosso natal tão cristão foi retirado de uma festa pagã muito popular existente na Roma antiga, e que fora oficializada pelo imperador Aureliano em 274 d.C. com a finalidade de se homenagear o deus sol Natalis Solis Invicti (Nascimento do Sol Invicto) considerado a primeira divindade do império romano e festejar o início do solstício de inverno, dos europeus evidentemente, porque aqui o calor é infernal.

Com o triunfo do Cristianismo, séculos depois, a data foi utilizada pela igreja de Roma para comemorar o nascimento do Cristo, olha a porra da acochambração (que, efetivamente, não ocorreu em 25 de dezembro), considerado, desde então, como o verdadeiro “sol” de justiça. Com o passar do tempo, hábitos e costumes de diferentes culturas foram incorporados ao Natal, impregnando - o de simbolismos: a árvore natalina, por exemplo, é contribuição alemã, instituída no século XVI, com o intuito de reverenciar a vida, sobretudo no que diz respeito aos pinheiros, que conservam a folhagem verde no inverno; o presépio foi ideia de Francisco de Assis, no século XIII. As bolas e estrelas que enfeitam a árvore de Natal representam as primitivas pedras, maçãs ou outros elementos com que no passado se adornavam o carvalho, precursor da atual árvore de Natal.

Antes de serem substituídas por lâmpadas elétricas coloridas, as velas eram enfeites comuns nas árvores, como um sinal de purificação, e as chamas acesas no dia 25 de dezembro são uma referência ao Cristo, entendido como a luz do mundo. A estrela que se coloca no topo da árvore é para recordar a que surgiu em Belém por ocasião do nascimento de Jesus. Já os cartões de Natal apareceram pela primeira vez na Inglaterra, em meados do século XIX, coisa de inglês mesmo essa educação velada!

Jesus existiu? Obviamente que sim, nasceu no dia 25 de dezembro? Obviamente que não. Mas cabe a gente saber em qual Jesus acreditar, se no Jesus mítico, ou no Jesus místico, já no natal, bom o natal não podemos mesmo acreditar, já que nem Jesus havia nascido ainda! Pelo menos nessa data.