domingo, 7 de abril de 2013

CAMPO GRANDE E A POLÍTICA MUNICIPAL ATUAL


Não costumo publicar mensagens políticas nesse espaço, e não é isso que pretendo agora pois não se trata de opinião político-partidária. Mas se você, que não é de Campo Grande, acabou de assistir ao programa político obrigatório do PP, acabou de ver o mais completo exemplo de falta de respeito para com os eleitores e a impressionante cara-de-pau de políticos que não tem o menor pudor em falsificar... informações e torcer impunemente os fatos para tentar impingir mentiras descaradas à população.

No programa o prefeito Alcides Bernal de Campo Grande foi apontado como um prefeito exemplar, realizador de obras públicas e responsável por atividades elogiáveis na área da saúde. É tudo mentira. Desde a eleição de Bernal a cidade de Campo Grande está sem governo. A prefeitura está paralisada. O secretariado não foi preenchido, ele não tem apoio da Câmara de Vereadores, a saúde está um caos, os postos de saúde estão sem médicos e os professores com salários atrasados. Toda a cidade está um caos, e em franco processo de deterioração. A sua maior obra até o momento foi adesivar as placas das obras do governo anterior.

Mas o PP não tem o menor pudor em apresentar imagens forjadas e divulgar notícias falsas sobre esse caso explícito de desgoverno praticado até o momento pelo prefeito Alcides Bernal. Mentirosos e descarados.


Joaquim Terra

FÉ, FOME E CONCLAVE


Em tempos de eleição do Papa aumenta a exposição na TV dos interiores do Vaticano, com todos os seus maravilhosos salões e tesouros artísticos. Aumentam também nesse espaço as críticas de quem acha que a Igreja Católica deveria usar toda aquela riqueza para acabar com a fome no mundo, e ilustram seus posts com fotos de crianças africanas famélicas se arrastando por comida. Sem dúvida as pessoas que postam isso são muito bem intencionadas e o seu protesto é legítimo, porém na prática não é bem isso que acontece.

Primeiro porque todas aquelas obras de arte de valor incalculável, apesar de estarem sob a posse da Igreja Católica, reunidas e conservadas por séculos, hoje são patrimônio histórico, artístico e cultural de toda a humanidade e simplesmente não podem ser vendidas para comprar comida para os pobres. Além do que, isso significaria apenas uma fração do que é gasto anualmente com ajuda humanitária aos países pobres.

Segundo porque as igrejas, inclusive a católica, fazem muito pela fome por esse mundo a fora. O que falta não é o dinheiro. As verbas mundiais para ajuda humanitária à fome na África chegam à cifra dos muitos bilhões de dólares e grande parte dessas verbas é proveniente de programas de ajuda de igrejas do mundo todo, principalmente da católica, que tem missões de ajuda em quase todos os países da África. Atualmente existem milhares de missionários religiosos estrangeiros, custeados pelas suas igrejas, se dedicando a ajudar as pobres populações africanas famintas enquanto os corruptos e incompetentes governos locais são sempre omissos para com a miséria dos seus próprios cidadãos.

As bilionárias verbas de ajuda humanitária aos países da África escorrem pelos ralos e esgotos da corrupção endêmica dos atrasados e corruptos países africanos. Todos eles, sem exceção. Os "governantes", ditadores, militares ou civis, da maioria dos países da África são quase todos irresponsáveis, ladrões, corruptos, loucos, maníacos e genocidas, que usam os donativos internacionais, destinados ao combate à fome e à miséria, para financiar sua permanência no poder, sempre baseada na violência, para comprar armas e para aumentar suas contas bancárias no exterior. As diferenças tribais e étnicas também são usadas como instrumento político e provavelmente a triste foto da criança se arrastando por comida que anda circulando nesse espaço, deve ser de alguma tribo inimiga do ditador de plantão do triste país onde ela vive.

Culpar a igreja, ou os países ricos e adiantados, pela pobreza extrema e pela fome dos países africanos, causada sempre pela própria incompetência e pela corrupção local, é simplificar injustamente uma questão extremamente grave e complexa. A culpa é deles. Eu sei como é aquilo. Eu já trabalhei por lá.




                                                                                                                                               (Joaquim Terra)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Amamos o cinema! Não é mesmo?

Tenho a péssima mania de citar frases ou até cenas inteiras de filmes, musicas e novelas que gosto, para declaradamente puxar um assunto ou quem sabe acabar com ele de vez. Para cada tipo de papo “cabeça” eu tenho minha frases preferidas, uma espécie de “ok vamos ver, me convença!”. Contudo essa inocente brincadeira tem perdido a graça, e sabem por quê? Porque ninguém mais assiste à filmes, ou melhor filmes bacanas.

Estamos à véspera do Oscar, e acho pertinente falar sobre o assunto; filmes e cotidiano. O cotidiano brasileiro, leia-se gosto médio mesmo, que agora
diz “ Enfim o cinema brasileiro acordou!”, por causa de produções realmente significativas como Tropa de Elite, O Palhaço, Cidade de Deus, O Homem do Futuro, “Meu Nome Não É Johnny” vem trazendo uma nova perspectiva ao cinema brasileiro, e às pessoas que “mexem” com áudio visual. mexem, e não trabalham, com áudio visual (sic) e aí mando minha primeira frase “É verdade sobre esse crescimento do cinema tupi, desde o tempo em que Vera Fischer disse pro José Wilker, no túmulo vazio – Eu não presto, eu sou uma ordinária …mas eu te adoro¹ – e tira a roupa, realmente o cinema tinha dado uma caída” – Bom aí vem a tosca argumentação “ Ahhhhhhh meu, mas isso era pornochanchada”, tento então, em vão obviamente, revelar à intrépida pessoa que por mais que o filme em si não seja um primor hollywoodiano o texto é de Nelson Rodrigues, que de pornochanchanda não tem porra nenhuma e que ele era….Ele era o Nelson Rodrigues porra. Mas os papos sempre continuam aparecendo, e acontecem de maneiras diversas e inusitadas e minha maldita mania continua. Como das vezes que passam pela gente garotas voluptuosas, lindas, gostosas, chiques trazendo junto á elas o ar perfumado e a musica das frenéticas “ Eu sei que eu sou , bonita e gostosa, eu sei que você me olha e me quer”², mas estando em uma posição que impede que se faça qualquer coisa, então menciono ou melhor cito “ Calma, calma…respire fundo…se acalme, vá para casa bata uma punheta e durma numa boa”³- E logo vem por parte das mulheres – “Nossa que horror!” - Como assim horror? Tá certo não sou o Travolta falando isso, mas o texto é do Quentin Tarantino, numa cena em que ele faz um monólogo, tentando evitar ser seduzido por Uma Thurman e todo mundo sabe que não se pode falar mal do Tarantino, mesmo tendo feito altas merdas!

Mas a coisa fica mais “tensa” (linguagem usada pela maioria dos jovens atuais), quando nos deparamos com frases “Eu simplesmente amo tudo que o Almodóvar faz!”. Bom até Hitchcock já se equivocou, e pra dizer a verdade, tenho uma certa resistência com um diretor, muito bom por sinal, mas que tem o visual de uma cabeleireiro de segunda, não de segunda feira, de segunda categoria, concordo que são filmes densos e interessantes, mas que nunca terão frases memoráveis como “Mantenha seus amigos por perto, e seus inimigos mais perto ainda”£ ou ainda “Quando eles vierem até você não atacarão o seu peito, tirarão de você o que você mais ama”.£

Agora uma coisa é certa, eu não confio em ninguém que não goste de Star Wars e E.T “ Luke …Venha para o lado negro da força” , ou “ Jedi,grande, se tornar Luke vai”….Já em E.T…. “E.T phone home, E.T phone home”

Mas atualmente frase marcantes no cinema estão escassas, mas destaco algumas boas sacadas, como por exemplo,“ Capitão isso vai dar merda, vai dar merda” ou então “ 02 pega o saco!” E ainda “ Porra na cara não, na cara não que é pra não estragar o velório! – como é que é? 02 traz a 12!” do tão aclamado Tropa de Elite e o nosso anti herói Capitão Nascimento.

No campo da ficção ainda podemos destacar a preciosa frase “ My precious” (desculpem o trocadilho de segundo grau), da saga O Senhor dos Anéis, e sempre me deparo com a seguinte argumentação, ou melhor questão porque entre os “culturetes”, o saga O senhor dos Anéis é muito mais valorizada do que a Saga Crepúsculo, sendo que os dois são exatamente a mesma merda, um mundo que não existe, em uma época que não existe, com personagens que não existem.

Mas meu amigo, que está perdendo o seu tempo em ler esse ignóbil texto, aqui vai uma dica, nunca, jamais em hipótese alguma fale mal de um filminho insosso chamado O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, nunca faça isso, pois pode se complicar, principalmente com estudantes de publicidade, cinema e de porra nehuma, são deles que vem as perguntas mais ácidas “ Ah é? E de filme você gosta?” Então sou obrigado a dizer “Rambo” e “Rocky um Lutador”, ta eu sei que faço isso pra chatear, é o vício, mas Rambo ganhou o Oscar de melhor roteiro original, e não é de todo ruim. A cena dele com o Cel Trautman no final é comovente, muito mais que o anãozinho que viaja pelo mundo em O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, e que foi copiado por 2 entre 2 agências de publicidade!!!!!!

Diante de tudo isso só me resta citar a frase do Cel Kurtz “ É o horror, é o horror, é horror”….Haaa me desculpem Cel Kurtz foi vivido por Marlon Brando e o seu personagem em Apocalypse Now. Mas isso ninguém mais se lembra.


¹ Bonitinha Mas Ordinária
² Bonita e Gostosa
³Pulp Fiction
£ The Godfather ( O Poderoso Chefão)
Stars Wars
E.T
Tropa De Elite
Apocalypse Now

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O HOMEM E SEU POLEGAR OPOSITOR

O que difere, nós, seres humanos dos animais? Simples uma das coisas mais antigas e estudadas, e até meio que massacrada depois do filme “Ilha das Flores”, que todo aluno de comunicação "gênio" assiste e acaba discutindo sobre o assunto com total propriedade do mundo, é o fato de que nós, seres humanos, possuímos os polegares opositores e o telencéfalo altamente desenvolvido. Será?

Por isso venho com minha pergunta até simples, você usa o seu polegar opositor corretamente? (ela também serve para os gênios recém saídos da escola) Você anda usando o seu telencéfalo altamente desenvolvido com propriedade? Se a resposta for sim tudo bem, mas se você ficou na dúvida, é bom repnsar alguns conceitos.

Atualmente poderíamos trocar ou substituir a definição, telencéfalo altamente desenvolvido, por apenas telencéfalo desenvolvido, o altamente fica de bônus somente para alguns poucos humanos que o fazem por obrigação ou por facilidade em usar a parte “altamente” desenvolvida. Mas os polegares opositores, esses sim, nós ainda somos obrigados a usá-lo, independente do telencefálo desenvolvido e por isso conseguimos fazer coisas que quem não possui os tais polegares opositores ficam sobrando, é o caso do Rex ou do Duque, o seu cãozinho de estimação, quadrúpede com o telencéfalo não desenvolvido e sem, obviamente, os polegares opositores.

Nesses tempos modernos, usamos uma invenção revolucionária, chamada computador, que foi criada por pessoas com polegares opositores e telencéfalo altamente desenvolvidos. No computador, hoje, é quase impossível você não usar o seu polegar opositor já que somos obrigado a usar um instrumento denominado mouse desde que o DOS já era, com gente que nem sabe viver sem o nosso amigo, porém um fenômeno surgiu com essa busca pela modernidade. Enquanto usamos nossos polegares opositores em demasia, criando doenças como LER, doença moderna e que prejudica quem usa demais seus polegares opositores, usando coisas ligadas à informática, como programas, e plataformas que são essenciais para nossa vida atual, assim com a internet, ou melhor, em alguns casos “infernet”. O que acontece é que usamos nossos polegares opositores para manusear o maouse e ,assim, acessar a internet, mas o nosso telencéfalo altamente desenvolvido vem ficando cada vez menos desenvolvido, e a ironia disso tudo é que em uma das mídias sociais mais populares dos dias atuais você pode “curtir” uma bobagem medieval e de proporções babilônicas com símbolo que é: Um polegar opositor. Vai entender! Tenho certeza que vocês que possuem polegares opositores e telencéfalo altamente desenvolvido nunca prestaram atenção nesse pífio detalhe.

Por isso a minha pergunta tão inofensiva, você anda usando o seu polegar opositor corretamente? Porque o nosso telencéfalo “altamente” desenvolvido…… já era!

domingo, 1 de janeiro de 2012

SPECTREMAN E A REPÚBLICA DO MAU GOSTO.

“Planeta: Terra. Cidade: Tóquio. Como todas as metrópoles do mundo, Tóquio se acha hoje em desvantagem na sua luta contra o maior inimigo do homem; a poluição. E apesar dos esforços das autoridades de todo o mundo, pode acontecer um dia que a terra, o ar e as águas venham a se tornar letais para toda e qualquer forma de vida. Quem poderá intervir?”

Cresci ouvindo e assistindo isso, a luta do herói do povo contra o Dr. Gory e seus monstros abomináveis, feitos de mangueiras de plástico e espuma barata, onde o bem sempre vencia o mal e a população estava sempre do lado do bem.

De uns anos prá cá comecei a notar a presença de um inimigo ainda mais poderoso que os infalíveis planos que o Dr. Gory tinha pra poluir a Terra, a total e completa disseminação do vírus do mau gosto, da mediocridade, da cultura à celebridade efêmera, dos altos índices de pessoas com um senso de “profissionalismo” de meia pataca e de meios de comunicação que foram infectados por esse vírus que nem H.G Wells poderia criar.

Acredito que Dr. Gory tenha perpetuado, enfim, seu mais diabólico plano, fazendo com que apáticos brasileiros tenham caído de joelhos ao batidão favelado do funk carioca, onde a musa disso tudo, bem que se parece com um monstro criado pelo próprio Dr. Gory. Existe ainda um novo conceito de televisão, jornalismo inteligente e de alto nível para a massa, quero dizer o povão mesmo, Pânicos, CQCs, com noticias de alto conteúdo, como por exemplo, “Hebe Camargo sai do SBT e vai para a RedeTV”. Mas aí me veio em mente as nossas mulheres, as mulheres brasileiras tão sensuais, e tão admiradas em todo o planeta! Antigamente a Playboy brazuca trazia as nossas deusas, com um certo glamour, aquela elegância safada que a gente esperava meses,só para abrir suas suculentas páginas,só que vamos ser sinceros, algum homem brasileiro acredita que a Paola de Oliveira vá tirar a roupa e se igualar com as periguetes do BBB e Panicats de plantão? Antigamente existiam publicações como a revista Fiesta e calendários automotivos feito do tamanho certo pra elas.

Mas já que toquei no assunto BBB, também temos que lembrar que se o BBB é uma merda, o A fazenda é ainda uma merda muito pior. Se BBB confina anônimos que serão famosos, o A Fazenda coloca famosos anônimos, se é que isso é possível, brigando e fazendo fofoca por um prêmio em dinheiro, mostrando de verdade de onde vieram e pra onde vão.

Porém o Brasil sempre foi o país da boa música, dos grandes compositores, Dr. Gory não poderia acabar com isso, engano nosso, no de 2011 vimos explodir uma das coisas mais insuportáveis que a musica já viu, a explosão do Sertanejo Universitário, com letras e temas tão limitados que o nome do movimento deveria ser Sertanejo “Universiotário”! Tudo bem o Brasil é o país do samba, mas que samba? Parangolé, Pixote? O que diria Cartola, Naelson Cavaquinho e Pixinguinha! Ah mas temos o rock’n’roll, esse sempre contestador, inovador com mensagens bacanas, e aí me vem à cabeça Restart, Hory, NX Zero, Pitty! Puta que o pariu não dá pra agüentar. Por isso me vem à cabeça a seguinte frase ou parágrafo.


“Planeta: Terra. País: Brasil. Como todos os países do mundo, o Brasil se acha hoje em desvantagem na sua luta contra o maior inimigo do homem; o mau gosto e ignorância. E apesar dos esforços das autoridades de todo o mundo, pode acontecer um dia que a terra, o ar e as águas venham a se tornar letais para toda e qualquer forma de vida cultural. Quem poderá intervir?” Infelizmente nem o Spectreman!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ANO NOVO VELHAS MUDANÇAS

Aproveitando a data e comemorando mais um ano que começa, é interessante observar como certas coisas acontecem nos tempos atuais. Astros do esporte e da música surgem de repente. Sucesso, fama fácil e a adoração insana dos fãs de momento são coisas que podem parecer intermináveis. Mas poder e glória quando atingidos sem consistência ou qualidade, promovidos apenas por efêmeros modismos passageiros, são pura fantasia que não se sustentam por muito tempo. E poucos são capazes de entender a nossa efêmera existência nesse mundo e de compreender a velocidade com que as coisas mudam nesses nervosos tempos modernos.

Para quem não percebe que os grandes sucessos de hoje são passageiros e que logo serão substituídos por outros, é interessante lembrar que até mesmo o nosso calendário, chamado de gregoriano, por ter sido organizado pelo Papa Gregório 13, em 1582, foi mudado pela arrogância daqueles que pretendiam garantir a imortalidade.

Até o Século 8º a.C., o ano do mundo romano tinha apenas 10 meses. Iniciava em 1º de março (martius) seguido de “aprilis, maius, iunius”. A partir daí eram utilizados numerais para denominar os meses seguintes. “Quinctilis, sextilis, september, october, november e december”. No século seguinte, para acertar a fixação da contagem com o tempo de duração da volta da Terra, o imperador Numa Pompilio introduziu mais 2 meses, “ianuarius e februarius”, que ficaram para o final e assim o último mês foi ajustado para 28 dias para acertar o número geral de dias do ano. Foi só 6 séculos depois, no Século 1º a.C., que Julio César fez uma nova reordenação, passando os 2 últimos meses para o início e mantendo 12 meses. Por isso fevereiro é o segundo mês e tem 28 dias e muitos não entendem porque o mês sete/mbro é numerado por 9 e dez/embro por 12, por exemplo.

No entanto Julio Cesar, nascido no mês “quinctilis” foi assassinado e Marco Antônio que o sucedeu decidiu homenageá-lo e trocou o nome do antigo 5º mês para “Julius”, mantendo os seus 31 dias. Mas depois de guerras, intrigas, traições e mortes que ocorriam naquela época, assumiu o poder Otávio, que recebeu do senado o título de Augustus. O novo imperador entendeu que alguém como ele não podia ficar atrás de Julio César e assim determinou que o mês “Sextilis”, fosse mudado para “Augustus”, criando o nosso atual agosto. Mas não ficou só nisso. “Sextilis” tinha 30 dias e sucedia a Julius, grande nos seus 31 dias. Ele não podia ficar atrás, assim simplesmente determinou que “augustus” também tivesse 31 dias para que o “seu” mês não ficasse inferiorizado. E hoje quase ninguém mais liga agosto a “Augustus” e menos ainda, percebe que julho e agosto são os 2 únicos meses consecutivos que tem o mesmo número de dias

Mais um ano termina e outro começa. Muitas coisas imprevisíveis vão acontecer e muitos novos sucessos vão aparecer. Mas é bom lembrar: “Sic transit gloria mundi”, ou “Assim passa a glória do mundo”. Até o calendário foi mudado pelos que vieram depois. A diferença é que naquela época as mudanças demoravam séculos. Hoje demoram minutos.


Texto: Joaquim Terra
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

PROTESTOS VAZIOS.

Disse Diogo Mainardi certa vez que os seus melhores textos são sobre assuntos que ele não entende. Talvez seja isso que eu estou fazendo agora, mas não pude deixar passar a oportunidade.

Depois que aderi às tais redes sociais, tenho percebido um volume considerável de mensagens, além de receber vários e.mails, repassando textos e matérias contra a construção da usina de Belo Monte, sempre com fundo ambientalista e preservacionista. Uma causa louvável. Não sou especialista em usinas hidrelétricas nem em meio ambiente, mas as pessoas que me repassam esses textos também não são. Assim comecei a prestar mais atenção às mensagens e notei que todos os conhecidos que me enviaram coisas assim são urbanos, nunca tiveram contato com a natureza, com as florestas ou com os povos indígenas ameaçados e usam o computador para se manifestar baseados em notícias vistas na televisão. Como computador e televisão dependem de eletricidade e energia elétrica depende de usinas, comecei a achar meio estranho essa gente ser contra isso. Mas enfim, como hoje em dia ser contra alguma coisa que interfira na natureza é um modismo politicamente correto, o assunto acaba recebendo o apoio estridente de muitas pessoas não fazem a mínima idéia do que estão falando.

Mas algumas dessas as pessoas começam a incomodar. Em um desses sábados, depois das minhas saudáveis pedaladas de final de tarde, parei no Postinho do Parque, point descolado daqui de Campo Grande, para tomar um refrigerante. Encontrei um conhecido em uma mesa acompanhado de algumas pessoas que eu não conhecia. O assunto em pauta era Belo Monte. Tudo o que eu queria naquele sábado à tarde era um passeio tranqüilo e algumas horas de lazer, mas um dos que estavam ali, mais exaltado, fazia críticas ferozes à construção da usina. Bradava contra destruição da floresta, dos animais, dos peixes, dos índios, vez ou outra voltava a sua ira contra as grandes empreiteiras, o governo, os políticos corruptos, já que criticar empreiteiras, governo e políticos corruptos, por aqui é tão original quanto um concursso de miss, e assim continuava a denunciar a colossal destruição que a usina iria provocar, em troca de nada, segundo ele.

Enquanto eu tomava a minha coca zero calmamente, como ensinou Caetano, perguntei a ele em qual rio a usina seria construída e onde seria perpetrado tamanho crime ambiental. Ele titubeou e disse que era na Amazônia. Sim, mas a Amazônia é enorme. Em qual rio? Ele não sabia. Continuei. Em qual estado? Ele também não sabia. Resolvi não perguntar em qual município ou a localização exata no rio onde a usina seria construída, uma vez que as respostas anteriores denunciavam que ele não saberia também. Mas como ele falava em destruição ambiental, perguntei qual o tamanho da área que seria alagada. Ele não tinha idéia, mas garantiu que os povos indígenas da região perderiam as suas terras. E quais povos indígenas? Qual etnia? Qual o tamanho da área indígena? Quantos vivem lá? Ele também não sabia. Mas então deveria saber por que a usina não ia servir para nada. Então perguntei qual o volume de energia que seria gerado. Pela sua cara ele não sabia do que eu estava falando. Qual empreiteira vai construir a usina? Hã! Quanto vai custar? Quantas pessoas vão trabalhar na obra? Então em uma audaciosa manobra e talvez a mais inteligente e sensata que ele pode pensar, preferiu pedir mais uma cervejinha e ir ao banheiro enquanto alguns presentes caiam na risada.

Como eu disse, não entendo de usinas hidrelétricas e nem de meio ambiente, mas não faço proselitismo de assuntos que eu não domino. Muita gente que anda divulgando mensagens sobre assuntos sobre os quais não tem o mínimo conhecimento poderia passar a fazer isso também e parar de encher a minha caixa de entrada com bobagens desse tipo.


Texto: Joaquim Terra
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